Pular para o conteúdo principal

BOLSONARISMO E DESPOLITIZAÇÃO (por Cadu de Castro)

O bolsonarismo é, na melhor das hipóteses, fruto de profunda despolitização. Digo na melhor das hipóteses, pois há os desonestos e criminosos: autores de feminicídio, homicídio e golpes e corrupção. Mas, a maior parte dos que ainda seguem e veneram o que chamam de mito, são apenas despolitizados. São ignorantes sobre contextos históricos e sociais, mas que se acham especialistas. Confundem argumento com opinião; desinformam-se e despolitizam-se na Universidade do Whatsapp – as redes sociais e grupos fascistas do sociopata –, por intermédio de memes e vídeos mentirosos. O grande problema dessa gente é a postura empolada. A combinação de ignorância e pretensão é invariavelmente desastrosa, o que denomino “ignorância ostentação!”, pois não basta ser ignorante, há de se pavonear publicamente.

Assim, o bolsonarismo é um câncer social que assola o país. Produz um festival de estultices e obscurantismo que, confesso, me faz sentir constrangimento pelo outro, o que chamamos popularmente de “vergonha alheia”. As boçalidades vão de ataques a Paulo Freire – que não sabem quem é –, ao comunismo, que não sabem o que é. Ver mulheres, negros e gays defendendo as bravatas bolsonaristas, de um lado, é de dar pena, de outro, desespero. Misto de tolice com masoquismo travestido de prepotência.
O bolsonarismo serviu para evidenciar nosso sistema de Educação falimentar, que tem origem na nefasta ditadura civil-militar, mas isso é tema para outro post. Por enquanto, é reunirmos força para lutarmos contra esse mal. Vamos vencer, pois ainda que lutemos contra a inépcia despolitizada dos bolsonaristas, o fazemos também por eles!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Diferença Está na Diferença (por Roberto Garcia)

Sempre tive um debate comigo mesmo. Tudo em segredo. Escondido entre as certezas que eu exibia, para não complicar demais e continuar a funcionar numa sociedade complexa que me era adversa. Partia daquela asserção ideológica segundo a qual tudo era igual. Os dois partidos na política externa americana eram não só iguais mas, à sua maneira, um era pior do que outro. Um - os democratas - inicia as guerras, faz maldades contra a humanidade, bombardeia e mata gente como se fosse rato. O outro - os republicanos - continua matando, faz as mesmas maldades mas, num determinado momento, acaba com a guerra. Outra começa logo ali adiante. E a vida continua. Você fala com eles, os dois, indistintamente, conhece a mulher, o marido, seus filhos brincam com os deles, encontra na fila do cinema ou no mercado e diz "oi, tudo bem, "como está". Ele está do outro lado da rua, é seu vizinho, acaba cruzando toda hora. Se você leva seu filho no sábado ou domingo pra jogar futebol é com ele...

O Sábio e o Ambientalismo Popular (por Geraldo Varjabedian - ativista independente)

  Deixemos de lado a discussão sobre emissões de carbono, prognósticos em graus Farenheit, números da devastação amazônica, centímetros ou dezenas de centímetros supostos para transbordamentos oceânicos; ondas de calor, de frio, inundações, ciclones, demais extremos climáticos e outros pontos altos que serão anunciados em tom grave, no próximo ato da ópera climática - a COP 27. Dada a gravidade do que vem por aí – segundo recentes termos do próprio IPCC -, o mundo já deveria estar bem além da renovação burocrática dos votos de transformação urgente do capEtalismo em coisa distinta do que é. Mas é previsível que, além de postergar recomendações mais convincentes para conferências futuras, a 27ª cúpula global do clima, em novembro, no Egito, reitere que o Brasil é, hoje, um país de alheios à pauta e refém de interesses bem avessos, dentro e fora de suas fronteiras. O ecocida, ditador eleito que representará nosso país na conferência é altamente competente em mentiras e tem ampla...

Debates sem Bater (por Frega Jr)

Tivemos ontem o segundo debate televisionado nesta campanha presidencial. Se o primeiro já foi ruim, o de ontem foi um desastre tragicômico. Não, não é culpa do Carlos Nascimento, mediador, um jornalista experiente e com credibilidade. Nem culpa dos demais jornalistas dos demais órgãos da imprensa, que participou em pool. Virou tudo uma palhaçada sem graça, uma tragédia sem dramas, um churrasco sem sal ou uma cerveja morna. Uma chatice só e nada contributivo ao esclarecimento para o voto. A culpa não é dos organizadores e nem do veículo. A culpa é do modelo. Pela quantidade de participantes, ganha a amplitude, perde a profundidade. Em ciclo de perguntas cruzadas, que só servem para levantar a bola numa tréplica ou acusar algum adversário, parece mais uma programação bufa. Os Trapalhões fariam melhor, até o repetido ad nauseam Chavez prenderia mais atenção. Claro, os participantes também não ajudam, repisam as mesmas falas, o mesmo roteiro, as mesmas promessas, as mesmas mentiras. Ne...