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Merecemos Algo Melhor (por Roberto Garcia)

 

As pessoas são diferentes. Por sorte, nem todos são iguais. Do contrário, seria uma chatice. Viva a diversidade! Em particular, no seu canto reservado, podem fazer coisas que não fazem em público. Podem ser desbocadas, permitem-se uma certa liberdade. Mas entendem que há diferenças de comportamento, de acordo com o lugar, o ambiente, o contexto. Com um mínimo de sensibilidade, adaptam-se bem.

Com o passar dos anos, percebem, cada vez mais claramente. Maturidade serve para isso. O adulto sabe que não fica bem comportar-se como o moleque.
Pois é, essas diferenças de caráter, de grau de maturidade, vão se acentuando. Tem gente que evolui, vai pra frente. Tem os que ficam na mesma, outros até vão pra trás.
Tem sempre os que aumentam a própria compreensão das diferenças de ambiente, de contexto, vão se apurando. Tem os casos perdidos, que não tem jeito. Nesse último caso, é aquilo mesmo, não se pode ter esperança de que vai melhorar.
Tem os que percebem que há gradações. O que vive no seu mundinho. Fica nele. Em geral, todos notam que o chefe de estado deve ter um padrão melhor.
No Sete de Setembro, data igual às outras, mas diferente, um dia de história, especial, notamos que o rapaz atual, chefe de estado, não entendeu nada.
Jair juntou-se aos seus. Estava num palanque, em público, acompanhado pela televisão. Com muitas atenções concentradas nele.
Num certo momento, começou a falar do país, de seus feitos, resvalou para ele próprio. Ao lado da mulher, a Michelle, entrou para aquela área particular. De repente começou a dizer que era imbrochável. E repetiu, várias vezes.
Teve gente que achou legal. Os que se parecem com ele pensaram que era isso mesmo. Outros ficaram embaraçados. Alguns ficaram surpresos. Muitos ficaram chocados.
Isso não é coisa que chefe de estado diga em público, nesse ambiente diferente, nessa data especial. Quase todos sabem disso. Ele não sabe, não nota, o pai não ensinou, na escola não aprendeu, nos muitos anos que se passaram ele não viu. Comportou-se como um moleque.
Ele próprio baixou o nível. Desmereceu-se. Quem acompanhou seu comportamento sabe que é isso mesmo. Não tem jeito. Mas ao fazer isso, naquelas circunstâncias especiais, ele desmereceu o país.
Os que aprenderam no decorrer da vida não gostaram. Sabem que isso não condiz. Não é o que os brasileiros querem. Merecemos algo melhor.

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