Não precisa ir ao cinema. Ao último show do teatro. Sempre tem cantor bom e dança em algum lugar. Quando se pode, bom não perder. Isso alegra a vida, vale a pena ir. Nestes dias, contudo, realmente, não precisa. O espetáculo maior, mais divertido, é de graça, não precisa sair de casa, basta acompanhar no celular, melhor ainda no laptop. É o circo inglês, que eles insistem em chamar de Reino Unido. Como se fossem isso mesmo, ao contrário que se vê, de verdade.
O grande ex-império está virando pó. Essa é a melhor novidade. A primeira-ministra conservadora, a Liz Truss, renunciou depois de seis semanas. Nem ela entendia o programa dela. Queria, nestas alturas, com sofrimento generalizado do povão, cortar ainda mais os impostos dos super-ricos. Maluquice maior não podia existir.
Nem os mercados financeiros abraçaram outra vez essa ousadia. Aí sim é que casa, muito mambembe, caia. Os palácios, as carruagens, os príncipes malandros, todos engalanados, iam ruir.
Não se trata da queda de uma equipe do governo de Mônaco, onde também tem reizinho exibido. O que está se dissolvendo é o governo inglês. Os conservadores, os Tories, muito imponentes, grandiloquentes, não se entendem. Estão há doze anos no poder, o país só marchou pra trás. Os governos se sucederam, um pior que o outro, mostraram que só são especialistas em dar tiro no pé e em prejudicar a população.
O penúltimo, o descabelado Boris Johnson, o que fazia festinhas no palácio do governo enquanto o povo morria de pandemia, tinha saído em desgraça. Não era sério. Mas conseguiu tirar o país da União Europeia, dificultou o comércio, atrapalhou a economia, causou devastação. Pois não é que encontraram no meio da rua uma desmiolada para sucede-lo. Que inventou um programa sem sentido. O tal do corte dos impostos dos ricos.
Ela caiu como um saco de batata podre. O povão, que vive de ilusões, de glórias passadas que não mais se sustentam, está confuso, irritado. Eta liderança ruim.
Esses mesmos conservadores ingleses são so que mais botam fogo pra radicalizar a guerra da Ucrânia. Aplaudem os americanos, que se ferrem os alemães e os demais europeus. Nem no Reino Unido isso deu certo. Estão caindo aos pedaços.
Na mesma semana em que assumiu na Itália a líder da extrema-direita, a primeira mulher nesse cargo, a bela Giorgia Meloni. Na península, a bagunça já é tal que ninguém se entende. Os governos se sucedem, mudam mais que na Bolívia, prometendo ordem mas só dão confusão. São muito bonzinhos, católicos, religiosos, terra do Vaticano, mas não venham falar em deixar que entrem refugiados, que morram no mar e na praia, onde se vê toda hora cadáver boiando.
O interessante é que essa parece resistir ao Biden, dizem que vai ser contra ampliação da guerra na Ucrânia. Se os americanos deixarem.
Os governos de esquerda lá na Europa sumiram. Esta é a hora da direita mostrar a que veio. Os trens vão chegar na hora, como nos tempos do Mussolini. Não se sabe bem o que mais vão fazer.
Aqui deste lado, a esperança é melhor. A América do Sul inteira está indo para esquerda. O Jair vai ser varrido, isso é o consolo. Tomara que aqui dê certo, com Lula.
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