A dança dos bilionários tem par novo. Caiu o Bezos, da Amazon. Pobrezinho, o valor das ações da empresa dele encurtou 26 por cento neste ano. É que o mundo da tecnologia despencou. Nesta semana, caíram um pouquinho mais. Agora ele tem 19 milhões de dólares menos do que o novo segundo mais rico do mundo. Um indiano de bigodinho chamado Gautam Adani, que começou o ano em décimo quarto lugar mas se enriqueceu muito depressa nestes últimos nove meses, agora tem 146 bilhões de dólares. Ele só está atrás do sul-africano Elon Musk, o maconheiro que tem 263 bilhões.
Isso é um fenômeno novo na Índia. A Adani Enterprises subiu mil por cento.
Olhe só a velocidade: Em fevereiro, Adani passou na frente do Mukesh Ambani, que era o homem mais rico da Ásia, disparou na Frente do Bill Gates, da Microsoft e continua avançando.
O novo multibilionário tem 60 anos, abandonou a faculdade logo cedo e foi tentar a vida no comércio de diamantes, passou para o carvão, portos, aeroportos, centros de dados e cimento.
Como tem sido criticado por basear sua fortuna em indústrias que poluem muito o meio ambiente, agora ele está prometendo investir 70 bilhões em energia limpa. Isso é tudo o que sua fortuna cresceu neste ano.
Qual a importância disso? Pode não ser muita. Tem bilionário acumulando fortuna de forma surpreendentemente rápida nos últimos anos, enquanto o povo padece. Essa não é a novidade.
O interessante é que essa fortuna se concentra num país asiático, que até poucos anos atrás era conhecido pelas crises de fome e miséria.
Nas últimas décadas, os grandes bilionários estavam todos nos Estados Unidos. O centro das fortunas está mudando de lugar. Hoje tem muito bilionário também na China, coisa nova.
Se essa tendência continuar, vai confirmar a impressão de que o mundo está mudando, a Ásia passa a ser o centro. Pode ser cedo demais para afirmações definitivas. Essas coisas levam tempo. Mas não deixam de assustar muita gente nos Estados Unidos.
Países como o Brasil, muito grandes mas nem tanto, tinham sua política externa e atenções concentradas em Washington. Nos governos petistas houve esforço para ampliar a visão, mudar as lentes das câmeras para grande angular. Temer e Bolsonaro -- e as elites que se amarraram a eles -- acharam que deviam fazer correção de rumo. Não deu muito certo. Se Lula ganhar, como as pesquisas parecem indicar, esse é outro setor da política que também poderá mudar.
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