Estava assistindo ao desfile militar em Brasília, uma série de veículos. Bonito. Bonito e inútil.
Como assim? É que o mundo mudou e esse modelo de defesa simplesmente estacionou no tempo. A realidade que se vê nos conflitos atuais é outra. Os ataques são conduzidos a milhares de quilômetros dos alvos.
As Forças Armadas, especialmente as terrestres, partem do princípio da reação à uma eventual invasão por forças estrangeiras em nosso território.
Esse conceito nos exige recursos públicos vultosos. Porém, o conceito das guerras mudou.
É como se nossos indígenas reagissem à invasão de seu território no séc XVI com flechas e tacapes, contra canhões e arcabuzes.
Temos poderio, sem qualquer dúvida, para impedir aventuras de nossos vizinhos. Até dois de uma vez só, se juntarem três, especialmente em mais de um teatro de operações, as dificuldades podem ser insuperáveis.
É evidente que a manutenção de um bom relacionamento respeitoso e próximo torna absolutamente remota essa possibilidade.
No entanto, guarnecer as fronteiras para impedir a invasão não oficial, pelo crime organizado de tráfico e espoliação de riquezas naturais, renováveis ou não, é a forma de ataque a nosso território mais previsível. Especialmente na Amazônia, com gigantescas áreas vazias. Só que...
Lá vem rs
É. Só que esses blindados não se prestam a esse tipo de defesa. São bonitos enfeites de desfiles, enfeites bem carinhos, por sinal. Mas não passam disso.
Se formos atacados em algum momento por um dos países com capacidade bélica intercontinental, nem precisam mandar soldados. Alguns poucos mísseis simplesmente liquidam nossa capacidade de geração de energia elétrica e de refino de combustíveis.
Em três dias, algum general não fugitivo assinará a rendição.
Ao contrário do Exército, que pode ser reduzido em muito de seu efetivo atual, os esforços deveriam se voltar para a capacitação naval e aérea, nesta incluída a autonomia tecnológica em armas de longa distância.
Se é pra gastar, é bom gastar com aquilo que seja necessário, não com enfeites de desfiles.
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