Nesse pouquinho que falta para o dia do julgamento, o quadro está estável, com pequenas variações que nada alteram substancialmente. Lula na frente, Jair mais de dez por cento atrás, o Ciro caiu dois pontos, a Tebet ainda abaixo dele. O resto é o resto, não pesa.
Cientista político, psiquiatra, contador fazem análise. Que é que Ciro e Tebet tem na cabeça, que querem, para continuar segurando a maré, que vem de qualquer maneira, já se sabe.
No caso do cearense, será aquela raiva incontida do quem não alcançou, que acha ter merecido o apoio do PT para sua velha causa, ele sempre quis chegar lá mas não tem os apetrechos necessários -- conversa, simpatia, votos? O ego exagerado sempre atrapalhou. Ele vai ficar naquela campanha ranzinza, fazendo acusações infundadas, inventando contra os demais algo que ele próprio sempre tentou fazer? Que quer afinal, nosso paulista virado cearense, acusado com frequência de ser coroné, capitão do mato?
E a moça, ruralista, filha de senador, a que mais batia bumbo sobre as pedaladas da Dilma, que votou no Aécio e ajudou a instalar no poder tanto o Temer, impoluto, e o novo gênio, Jair Messias? Ela pouco representa, faz demagogia com as mulheres, mas apoia os piores homens. Inventou uns programas pra se destacar, nos quais nunca acreditou. Tebet está louca para aderir a Lula, sabe que ele é a única alternativa. Vai fazer exigência, cobrar caro, mas pode certamente aderir.
As elites que mandam tentaram usar esses dois para desbancar Lula. Fizeram e aconteceram. Mas não conseguiram. Os fantoches que escolheram para liderar suas causas não tinham estofo, não impressionaram. Não ganham, não levam chance, mas tem uns modestos percentuais de votos que poderiam levar Lula à vitória, logo de cara.
O que está claro, nestas alturas, é que eles querem forçar negociação. Querem que Lula entregue mais, talvez o comando da economia a um novo Posto Ipiranga. Isso Lula não quer dar.
Isso comprometeria tudo o que ele quer fazer, esvaziaria seus principais trunfos, deixariam o governo morno, café fraco, com muito açúcar, sem gosto.
Lula percebe que ao entrar no governo, com um campo minado, vai ter que deslanchar, desde o primeiro dia, forte campanha de obras públicas, para empregar trabalhador e estimular a indústria, dinamizar a economia. É com esse tipo de programa que ele poderá conseguir o apoio necessário para todas as demais iniciativas que tem em mira.
O comando da economia será essencial. Qualquer concessão nessa área, por no comando alguém que iria falar em equilíbrio fiscal, teto de gastos, nível de endividamento. Esse tipo de conversa encurta as possibilidades de emprego amplo. A terceira via que pode apoia-lo mesmo no primeiro turno, certamente no segundo, quer negociar nessa área econômica. Ela quer fazer o que seria um jorro de animação em conta-gotas. Lula não vai deixar.
Há muitas fontes de recursos no governo a que Lula pode recorrer sem comprometer o orçamento, que já está engessado e minado. É a elas que vai recorrer.
O pessoal da terceira via já está deixando claro que pode apoiar Lula mas quer impor condições. Lula precisa desse apoio, eles poucos pontos percentuais que eles tem podem fazer a diferença. São essenciais. Vai querer cobrar cabo. A negociação sera difícil. O petista sabe como fazer isso. É homem de diálogo.
Deputados e senadores do centrão, que aderiram a Jair por puro oportunismo, venderam os votos no orçamento secreto, não terão a mínima inibição para aderir a Lula. Isso é o que eles sempre fazem. Grudam-se no poder. Seja qual for seu detentor.
A eleição ainda não ocorreu. Mas as negociações já estão em andamento. Vão se intensificar. Vão dar certo. Lula vai ser bem sucedido. Será um avanço.
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