O poema abaixo foi publicado no I Volume da Antologia de Poetas Lusófonos Contemporâneos, editado em Portugal.
Carrocéis
Tempos de velocidade frenética.
Em que canto da memória ainda vivem
antigos carrocéis de cavalinhos?
Tempos de confusa dialética.
Catedrais de consumo que motivem
aluguéis de efêmeros carinhos.
Tempos de discutível estética.
Vazios conteúdos que esquivem
a busca efetiva de caminhos.
Tempos de paixão antitética.
Lua e estrelas que não mais cativem
olhares enamorados e sozinhos.
Tempos de primazia aritmética.
Calculismos pessoais que cultivem
não mais as rosas, mas espinhos.
Tempos de cumplicidade amnéstica.
Amores renunciados sobrevivem,
no vai-e-vem dos carrocéis de cavalinhos.(FrJr)
ET. Antes que se estranhe a grafia carrocel, e não carrossel, galicismo mais comum, é a grafia sugerida no Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro editado pela Lello.
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